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Se olharmos ao nosso redor vamos perceber que existem muitas pessoas felizes e muitas pessoas miseráveis também. O que faz com que algumas sejam felizes e outras não? Seria o meio ambiente, seria o DNA ou seria porque as pessoas não têm coisas suficientes?

É possível aprender a ser feliz ou somos um produto do meio?

É comum ouvir as pessoas justificarem a ausência da felicidade as circunstancias.

A crença é que para sermos felizes temos que ter uma vida perfeita. As frases mais comuns que a gente ouve são: \"Ficarei feliz quando eu comprar o apartamento dos meus sonhos... Quando eu fizer uma viagem com minha família... eu quando conseguir um bom cargo na empresa ... encontrar alguém especial\". Essa forma de pensar, que é tão comum, nos leva a crer que a felicidade é algo que não está no momento presente e depende de coisas externas para se tornar realidade. Ou seja, acredita-se que circunstâncias externas alteram as emoções, o humor e determinam a felicidade.

Especialistas da área da neurociência vem oferecer um novo olhar sobre a questão da felicidade. A ciência já provou que o cérebro é muito mais mutável do que pensávamos nas décadas anteriores. A psicologia positiva, neurociência, a programação neurolinguística estão encontrando muitas evidências que provam que a felicidade é, de fato, uma qualidade que pode ser aprendida.

O psicólogo Martin Seligman, um dos criadores da psicologia positiva, define a felicidade em três partes: o prazer; o engajamento com uma vida digna de ser vivida; e as forças de caráter que dão uma contribuição significativa à sociedade. O prazer é imediato e passageiro, mas o engajamento e as forças têm um impacto mais duradouro. Esses dois últimos são cruciais para a felicidade autentica.

Segundo o medico psiquiatra, Robert Cloninger as pessoas podem nascer com certas características de temperamento para ter mais medo ou menos medo, por exemplo, porém ele afirma que não é o temperamento que determina a felicidade. Através do autoconhecimento podemos dar ao nosso temperamento uma autodireção, criar engajamento com os outros e uma conexão significativa.

Sustentar crenças positivas podem contribuir para esse bem estar interno. Acreditar que : “tudo funciona no final” ou “isso será um bom laboratório para o meu crescimento” ou “ os desafios me fortalecem” ou “tudo que acontece me favorece” são perspetivas que nos ajudam a enquadrar as coisas difíceis como desafios, em vez de pontos de parada para a miséria. E o engajamento, a conexão com os outros nos ajuda a dar sentido a nossa existência.

Por

Luiza Lopes

Diretora do Indesp

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